A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) foi a terceira e última a participar dos Diálogos com candidatos à Presidência da República, evento promovido pelo Instituto UNECS nesta terça-feira (30). Durante o evento, que contou também com as presenças de Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PL), Soraya defendeu, como principal medida para a recuperação econômica do Brasil, a reforma tributária com a unificação de 11 impostos federais. Segundo ela, corrigir a incidência por meio da simplificação irá desonerar o empresariado em torno de 20%. “Iremos incluir 11 tributos federais e substituir por um imposto apenas, que será cobrado por meio de movimentação financeira sobre depósitos e saques, com alíquota de 1,26%”, destacou Soraya.
Durante a sabatina, Thronicke propôs também a isenção do imposto de renda para a população que recebe até cinco salários mínimos (R$ 6.600). “Sejam sinceros: vocês conseguem dar aumento de 8% para o seu funcionário? Não. Mas o seu funcionário vai ficar mais feliz. Eu creio que este seja nosso carro-chefe”, disse a candidata.
Como forma de acelerar o mercado de trabalho, Soraya Thronicke propôs investimentos em Educação e a criação de um ambiente de negócios mais seguro para atrair investimento exterior. A candidata disse ainda que ofensivas ideológicas a países podem representar perigo para as relações comerciais do país. “Tratar mal a China é muito ruim para nós. É perigoso e desnecessário em um país democrático e que se diz liberal. O ambiente de negócios fica, sim, vulnerável e isso não é bom para as exportações”, avaliou.
Reforma administrativa – Questionada sobre uma eventual reforma administrativa, a candidata pediu calma e destacou que este tema será debatido exaustivamente durante seu eventual governo. “Podemos diminuir cargos comissionados, mas [jamais] tirar direitos adquiridos daqueles que estão trabalhando e desenvolvendo nosso país no setor público. Devemos tomar cuidado com isso”, esclareceu.
Ela garantiu, contudo, que caso seja eleita, o país vai “apertar os cintos” e cuidar do essencial. Sobre esse assunto, ela destacou que os objetivos são baratear o preço de alimentos tradicionais no prato dos brasileiros, como arroz e feijão.
Não é CMPF – Ao longo da exposição, a senadora provocou a plateia comparando sua proposta de reforma tributária – por meio do imposto único – com a criação da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo ela, a proposta contida em seu plano de governo e liderada pelo economista Marcos Cintra é uma evolução do tema. “A CPMF era um imposto a mais e uma contribuição que não seria permanente, mas que durou onze anos. Estou falando em tirar 11 tributos federais e substituir por um imposto só. Ela é moderna, digital, ‘insonegável’”, defendeu.
Em suas considerações finais, Soraya pediu aos presentes que priorizem a economia, a paz e o diálogo. “A ideologia não vai fazer nossas empresas crescer. Chega de briga e de confusão. O Brasil precisa de paz e de união. O Brasil precisa de gente que cuide das pessoas”, destacou.
Agenda UNECS – A partir de temas prioritários para o setor, abordados por sete das oito entidades que compõem o Instituto UNECS, cada candidato a participar do evento teve 45 minutos expor seus planos de governo para comércio e serviços. Na plateia presencial, mais de 400 líderes empresariais de todo o Brasil, além da presença da imprensa nacional e estrangeira. Ao final do evento, Soraya Thronicke recebeu documento contendo a pauta prioritária para o setor.
Além de José César da Costa presidente da UNECS e da CNDL, dirigiram perguntas aos candidatos, João Galassi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS); Leonardo Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD); Paulo Solmucci, presidente Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da (ABRASEL); Paulo Eduardo Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços (AFRAC); Geraldo Defalco, presidente Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (ANAMACO) e Anderson Trautman, vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
José César da Costa lembrou que o Instituto UNECS representa mais de 73% do PIB brasileiro. “Juntas, nossas entidades são responsáveis por 65% das operações de crédito e débito e pela geração de nove milhões de empregos diretos. A formatação, a capilaridade e o peso institucional do Instituto UNECS dão à entidade autoridade no que diz respeito à percepção dos problemas que emperram a economia e atravancam o Brasil”, completou.
Por meio de suas empresas, o setor de Comércio e Serviços se relaciona com cerca de 190 milhões de cidadãos. Maior gerador de empregos e de renda do país, oferece oportunidades desde o ingresso no mercado de trabalho, é responsável por 57% dos postos de trabalho no Brasil e abrange 77% dos estabelecimentos ativos no país. É também responsável por 65% das operações de crédito e débito e pela geração de 27 milhões de empregos diretos.
Os Diálogos com candidatos à Presidência da República foram transmitidos ao vivo e estão disponíveis no canal Youtube da UNECShttps://youtu.be/8Yb3yMyBDs4 e das oito entidades que compõem o instituto.
Por Bruno Santa Rita, da CACB, especial para o Instituto UNECS.