Candidato à reeleição, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi o segundo sabatinado no evento Diálogos com candidatos à Presidência da República, promovido pelo Instituto UNECS nesta terça-feira (30), em Brasília. Diante de um público de mais de 400 líderes empresariais, Bolsonaro disse “sentir-se em casa”, comemorou o desempenho da economia, nos últimos dois meses, e afirmou que o papel do seu governo é facilitar a vida dos empreendedores.
“Este é o segundo mês consecutivo com deflação e com saldo positivo, mês a mês, na geração de empregos. Mas é vocês que criam empregos. Minha obrigação é não atrapalhar a vida de vocês, desburocratizar e descomplicar. Somos o sétimo país mais digitalizado do mundo, e isso certamente tem reflexo na economia”, afirmou Jair Bolsonaro, que, ao final do diálogo, recebeu das entidades um documento com as principais demandas do setor de Comércio e Serviços.
Ao discursar na abertura do evento, que também contou com a presença do candidato Ciro Gomes (PDT) e da candidata Soraya Thronicke (União Brasil), o presidente do Instituto UNECS e da CNDL, José César da Costa, destacou que, ao discutir as pautas prioritárias para o setor de Comércio e Serviços junto aos principais candidatos, o debate público é enriquecido com temas decisivos para o desenvolvimento do Brasil.
“Promovemos as ações junto às instituições públicas e privadas em prol do setor de Comércio e Serviços, sempre acreditando no diálogo republicano, no Estado de Direito, na firmeza das nossas instituições e na vontade popular, único caminho para garantir um país próspero, justo e livre”.
Superação – Durante a sabatina, Jair Bolsonaro, afirmou que ações de seu governo possibilitaram que o Brasil superasse, rapidamente, as dificuldades causadas pela crise sanitária, como o Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe) e Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm). Nos anos de 2020 e 2021, no âmbito do Pronampe, só o Banco do Brasil liberou um total de R$ 15,2 bilhões, atendendo mais de 186 mil empresas.
“Tivemos uma grande vacina: a Lei de Liberdade Econômica. Hoje, leva-se apenas um dia para abrir uma empresa, com o site Gov.br. Também pagamos o auxílio para 68 milhões de informais. Estas ações seguraram a pandemia e contribuíram para a geração de quase três milhões de empregos”, falou o presidente da República, lembrando ainda que usou critérios técnicos para escolher os seus ministros.
Crédito – Com relação ao acesso ao crédito, Jair Bolsonaro disse estar aberto para ouvir as demandas do setor produtivo e se comprometeu a buscar soluções junto aos bancos públicos. O candidato à reeleição ainda reforçou seu compromisso com a redução da carga tributária em diversas frentes, a fim de fortalecer os setores produtivos, e que “o livre mercado é a melhor maneira de vivermos em paz e em harmonia e de termos a certeza de crescimento”, acrescentou.
Para o presidente, a criação do PIX também beneficiou o setor de Comércio e Serviços, com economia de custos bancários e de transporte de valores. Segundo Bolsonaro, atualmente, o PIX tem cem milhões de usuários e um bilhão de movimentações por mês. “E os bancos não foram prejudicados. Foram abertas seis milhões de novas contas correntes depois do PIX”, concluiu.
Agenda UNECS – A partir de temas prioritários para o setor, abordados por sete das oito entidades que compõem o Instituto UNECS, cada candidato a participar do evento teve 45 minutos expor seus planos de governo para comércio e serviços. Na plateia presencial, mais de 400 líderes empresariais de todo o Brasil, além da presença maciça da imprensa nacional e estrangeira.
Além de José César da Costa, dirigiram perguntas aos candidatos, João Galassi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS); Leonardo Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD); Paulo Solmucci, presidente Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da (ABRASEL); Paulo Eduardo Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços (AFRAC); Geraldo Defalco, presidente Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (ANAMACO) e Anderson Trautman, vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).
José César da Costa explicou que as entidades reivindicam melhorias no ambiente de negócios, mais segurança pública, combate ao comércio ilegal e investimento na agenda ambiental, infraestrutura e logística. Os representantes do setor produtivo ainda falam da importância da digitalização e desburocratização do estado.
“O Instituto UNECS representa mais de 73% do PIB brasileiro. Juntas, nossas entidades são responsáveis por 65% das operações de crédito e débito e pela geração de nove milhões de empregos diretos. A formatação, a capilaridade e o peso institucional do Instituto UNECS dão à entidade autoridade no que diz respeito à percepção dos problemas que emperram a economia e atravancam o Brasil”, disse o presidente da CNDL e do Instituto UNECS.
Por meio de suas empresas, o setor de Comércio e Serviços se relaciona com cerca de 190 milhões de cidadãos. Maior gerador de empregos e de renda do país, oferece oportunidades a todos os brasileiros, desde o ingresso no mercado de trabalho com o primeiro emprego. É responsável por 57% dos postos de trabalho no Brasil e abrange 77% dos estabelecimentos ativos no país. É também responsável por 65% das operações de crédito e débito e pela geração de 27 milhões de empregos diretos.
Os Diálogos com candidatos à Presidência da República foram transmitidos ao vivo e estão disponíveis no canal Youtube da UNECS https://youtu.be/8Yb3yMyBDs4 e das oito entidades que compõem o instituto.
Por Fernanda Peregrino, da Revista Varejo SA, especial para o Instituto UNECS.