O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pontuou que os altos salários dos três poderes criam distorções que precisam ser corrigidas e afirmou que a reforma administrativa irá colaborar para corrigir isso
Durante o debate Agenda Econômica e as Reformas de 2020, promovido nesta quinta-feira (30) pela Rede Apoie a Reforma, no Hotel Tivoli, em São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a reforma administrativa está praticamente pronta e deve chegar ao Congresso logo que houver a volta do recesso do Legislativo, em “uma a duas semanas”.

Questionado sobre por que a reforma ainda não foi entregue, o ministro apontou que o governo teria adiado por conta dos protestos que ocorreram em diversos países da América Latina no ano passado. Segundo Guedes, o governo Bolsonaro não queria “dar um pretexto” para protestos no Brasil.
Ele ressaltou, no entanto, que o presidente “nunca foi contra a reforma. O que ele fez foi uma questão de timing”.
Guedes disse acreditar que a reforma administrativa não deve enfrentar resistências, e que ela está “muito simples de aprovar”, uma vez que não vai atingir os direitos existentes dos atuais funcionários públicos. “Não atinge o direito de quem está lá”, disse.

De acordo com ele, no entanto, se o congresso quiser “turbinar” a proposta, pode haver alguma oposição. “Mas aí eu delego para a classe política”.
Guedes apontou que o objetivo da reforma é valorizar o bom servidor. “Para ganhar estabilidade agora, tem que provar que é um bom servidor, tem que trabalhar sete oito anos. Se não é possível aplicar pra quem tá hoje, vamos aplicar para o futuro”.
Rodrigo Maia
Logo em seguida, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), pontuou que os altos salários dos três poderes criam distorções que precisam ser corrigidas e afirmou que a reforma administrativa irá colaborar para corrigir isso. Ele voltou a cobrar maior engajamento do governo na condução das reformas no Congresso. Segundo ele, o trabalho de condução das reformas não pode ficar “nas costas do Parlamento”.

“A participação do governo é decisiva. Boa parte do atraso na tramitação da Previdência é responsabilidade do governo”, disse o deputado. “Hoje a relação com o presidente Jair Bolsonaro é muito boa, mas é preciso organizar a narrativa.”
Maia disse também que o Parlamento recuperou o protagonismo e a responsabilidade sobre o Orçamento, “a peça mais importante”.

Seguindo o evento, ainda participaram de outras palestras o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, o senador Márcio Bittar (MDB/AC), os deputados federais Tabata Amaral (PDT/SP) e Felipe Rigoni (PSB/ES), a secretária extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, Ana Amelia Lemos, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, a head da oliver Wyman do Brasil, Ana Carla Abrão, e o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung.
Unecs

Representantes da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), patrocinadora do evento, estiveram presentes. Além do presidente da Unecs e da CACB, George Pinheiro, também compareceram o presidente da Abrasce, Glauco Humai, e o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
*Com informações do G1 e da Abad
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